IV Domingo da Quaresma Lc 15 (31/03/2019)
O Pai representa o Deus Misericordioso que se alegra com a conversão do pecador. Está disposto a acolher todo aquele que se arrepende e volta seu coração para Ele. Para isso Deus prepara um banquete e nos reveste com as vestes da dignidade sacramental.
O filho mais velho representa aquele que cumpre bem seus deveres, parece um fariseu que vive na lei sem o amor, mas não trata o Pai como um verdadeiro Pai e nem age como um filho, assim como não reconhece o próprio irmão. Está na casa do Pai, mas não se sente parte dessa casa.
O filho menor revela o itinerário da nossa conversão. O filho que resolveu viver sem o Pai, não depender do Pai e seguir sua vida sem ele. Se esse filho pediu sua herança antecipadamente era porque, para ele, o Pai já tava morto, só tinha utilidade para favorecê-lo com os bens materiais.
A Conversão em grego tem duas palavras. Metanóia, mudança de mentalidade e Epistrofé, mudança de direção. No itinerário de conversão acontece o seguinte: Primeiro vem à autoconsciência: eu sou filho de Deus, depois a tomada de decisão: irei voltar para casa do Pai. O Evangelho, diz: “Então [ele] caiu em si” (Lc 15.17). Esqueceu-se de si por muito tempo e estava perdido, mas na sua miséria se deu conta de quem ele era e fez um exame de consciência. O homem esqueceu-se de Deus, porque se esqueceu de si, esqueceu-se de quem ele é. Você é filho de Deus, meu irmão! “Então, ele partiu e voltou para seu Pai”.
Os dois filhos não queriam viver como filhos. Não agiam como filhos. O mais novo não queria viver obedecendo ao pai e queria a parte dele para gastar e viver como bem queria. O filho mais velho vivia com o pai, mas não tinha relação de afeto, parecia ter com o pai uma relação de empregado e patrão, nem se dava conta que tudo que era do Pai também era dele. Os dois não viveram como filhos, que deveriam obedecer, depender e amar o pai.
O Papa Bento XVI, disse: “À medida que a pessoa cresce e se emancipa, quer libertar-se da submissão de Deus e tornar-se livre, adulto, capaz de se regular sozinho e de fazer as próprias escolhas de modo autônomo, pensando até que pode viver sem Deus”. Aí está nosso erro, fruto da falta da humildade da doce dependência de Deus. Caímos na autossuficiência. Jesus disse em certa ocasião: “Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus (Mt 18,4-5)”
Os adultos perderam a confiança e a inocência das crianças. Elas sabem de suas limitações e por isso confiam. Quem não aceita sua frágil condição humana de pecador, torna-se orgulhoso e perde a intimidade afetuosa com Deus. Fica excluído de seus bens, perde a herança da eternidade e o Banquete nupcial do Cordeiro. Rezemos pela nossa conversão e voltemos para casa do Pai pelo sacramento da reconciliação.
Pe. Alexandre Werneck
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